Neste momento, é para o retrovisor do meu carro que olho. Quando conduzo assim, sózinho e à noite, tenho tendência para observar este pequeno rectângulo onde vejo desfilar, não a estrada que me falta cumprir, mas a já percorrida. Nas estradas mal iluminadas, não se vê nada. É escuro. É como se a estrada deixasse de existir no preciso momento em que a atravesso. Assusta-me pensar que o passado tambêm assim seja, um conjunto de sons e imagens sem sentido que se vão apagando.
Bom, mas para isto, até tenho solução. Paro o carro e pego na caixa de ferramentas. Um fio ali, um contacto acolá, e já está. Depois, sento-me e acendo um cigarro. O céu está cheio de estrelas, está uma noite limpa. Mas por mais brilhantes que sejam, desaparecem quando aproximo delas o meu cigarro. Compare-se esta ponta de tabaco a arder com o coração de uma estrela ! Deduzo que esta coisa da luz, não é tanto uma questão de intensidade, mas sobretudo uma questão de proximidade.
Quando arranco, levo as luzes de marcha atrás acesas. Agora, e só por um segundo, desligo os farois.
Perfeito.
Bom, mas para isto, até tenho solução. Paro o carro e pego na caixa de ferramentas. Um fio ali, um contacto acolá, e já está. Depois, sento-me e acendo um cigarro. O céu está cheio de estrelas, está uma noite limpa. Mas por mais brilhantes que sejam, desaparecem quando aproximo delas o meu cigarro. Compare-se esta ponta de tabaco a arder com o coração de uma estrela ! Deduzo que esta coisa da luz, não é tanto uma questão de intensidade, mas sobretudo uma questão de proximidade.
Quando arranco, levo as luzes de marcha atrás acesas. Agora, e só por um segundo, desligo os farois.