sábado, 14 de julho de 2007

Exame de Matemática, 9º



Exames do 9º ano de Matemática: 73% de reprovações.
Parece que da grande aposta do "Plano Nacional da Matemática" não se vão retirar grandes dividendos políticos. Ainda bem: os problemas do ensino têm de ser levados mais a sério e com menos demagogia. Como pôde o Executivo pensar e propagandear que um plano começado há meia dúzia de meses afectaria já neste ano lectivo os resultados dos alunos e a qualidade do ensino em geral?

Ironicamente, no que diz respeito à Matemática, foi no 9º ano que os resultados foram piores, e foi no 9º ano que o governo mais actuou.

Tudo isto é na realidade um pouco absurdo: a variação dos resultados de um ano para o outro depende bem mais de factores quase aleatórios (como por exemplo fluctuações ligeiras na dificuldade dos enunciados) do que propriamente de algumas medidas políticas tomadas há uns meses. Os resultados dessas medidas, boas ou más, só são visiveis em escalas de tempo não inferiores à década.
E está mais do que na hora de lançar as bases para um ensino melhor. Como já referi em post anterior, as provas de Matemática em Portugal são de dificuldade extremamente baixa quando comparadas com as de outros países comunitários. O Governo tem de ter a humildade de perceber que só daqui a muitos anos é que eventualmente se verão alguns frutos, isto se agora se tomarem as boas decisões e se adoptarem as estratégias correctas, claro.

E para escolher as boas estratégias, há que consultar e dialogar com quem melhor conhece o problema e o terreno: a Associação dos Professores de Matemática foi corrida do conselho de acompanhamento do Plano Nacional da Matemática e a Sociedade Portuguesa de Matemática nem sequer foi convidada a integrar a dita comissão.
Assim vamos longe...

2 comentários:

Orlando disse...

A APM é parte do problema:)
mas devia estar lá.

Alexandre Pierson disse...

Pois bem sei, mas isso é outra história! Só quis explicar que o Ministério pensa que não precisa da ajuda de ninguém...